Cartas jogadas aos céus

Srta. Mirren,

É um prazer imenso conhecer a senhorita, mesmo nessa hora, sei reconhecer alguma pessoa de valor quando possuo contato com esta.
Recebo esta carta com um grande pesar que, nem mesmo o melhor escritor poderia descrever. Afinal eu era seu sobrinho, e decerto era considerada como uma mãe para este que lhe fala.
Creio que fui uma imensa sorte que tenhas ido a antiga casa, aqui, em Londres. Pois senão, imagino eu que o falecimento de minha adorável tia iria passar mais alguns meses despercebido pela minha pessoa, pois tornaria as minhas andanças. Mas, citando trechos de alguns companheiros filósofos dos quais tive o prazer de trocar conhecimentos, não há coincidências em nossa vida.
Fico feliz que minha tia tenha passado os últimos dias dela acompanhada, e por uma senhorita que, mesmo tendo voltado seu conhecimento para as áreas da saúde, parece ser bastante instruída na arte, pois acredito, e assim espero, que minha tia não iria comentar somente sobre a minha pessoa.
Fico confortado, de certo modo, que minhas antigas cartas, tão demasiadamente demoradas, tranqüilizaram minha querida, mesmo não podendo estar lá em pessoa, sinto que fiz uma parte de meu dever, mesmo que não compense nada minha presença.
Sinto estar importunando a senhorita com os meus pesares, mas falar com a última pessoa que esteve com minha tia é importante, e reconfortador.
E também gostaria de lhe dizer que se precisa de algo, que não se acanhe, e peça, afinal você cuidou de minha tia, e também parece ter se afeiçoado muito a ela.

Com meus sinceros pesares,
John

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